segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 Hora a Hora!

25 DE ABRIL 1974



No ano de 1974, frequentava no Sameiro, no Seminário Carmelita, o antigo 6º ano quando decorreu a Revolta do 25 de Abril. Desse dia tenho algumas coisas gravadas na minha memória e embora não estivéssemos completamente abertos ao exterior, porque estávamos como que “protegidos” do que se passava, íamos sabendo mais pormenores pelo pequeno transístor que tínhamos levado para basicamente ouvirmos os relatos dos jogos de futebol e quando íamos a casa - de quinze em quinze dias; e, como na TV não havia nenhum programa de “interesse”, entretinham-nos com torneios de pingue-pongue, de damas, de xadrez e outros jogos educativos até nos deitarmos.



Acredito que essa “barreira” para esse tipo de informação pelos superiores seria por entenderem que para nós não teria interesse atendendo à nossa idade; o pouco contacto que tínhamos com essa realidade, de mudança, vinha através dos colegas mais velhos que se deslocavam todos os dias às aulas ao Liceu, a Braga e começavam a aparecer com uns pin´s na lapela ou na camisa; entravam a cantar as canções da “Tourada” do Fernando Tordo e “Depois do Adeus” do Paulo de Carvalho - coisas que antes não se via, nem ouvia – sinais de mudança!



Tive um conhecimento maior do que tinha acontecido durante as férias e no ano seguinte em que frequentei as aulas ao Liceu Sá de Miranda, em Braga. Aí, presenciei “in loco”, devido à proximidade do quartel, as inúmeras e constantes movimentações na rua dos veículos militares do Antigo RI8 (Regimento de Infantaria 8), principalmente aquando da conspiração de 11 de Março de 1975.



Como balanço tenho a certeza dos muitos benefícios embora sempre tenha existido quem nunca tenha “vestido a camisola” do respeito pelos outros, sendo este princípio, no meu entender, a base da Democracia.





Abílio Lima Freitas, Presidente da Junta de Freguesia de Stª Leocádia de Briteiros

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