segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 Hora a Hora

A Liberdade devia ser óbvia!



Filha duma geração que nos anos 60 emigrou para fugir à miséria e difíceis condições de vida, tive o privilégio de nascer e crescer em liberdade. Regressada nos anos 80 no rescaldo da revolução assisti à construção da Democracia portuguesa. Dos tempos idos, apenas tomando conhecimento através de relatos depoimentos, leituras, estudos, etc., que me fizeram tomar consciência da antítese deste bem precioso, fundamental e inerente, na minha forma de ver, à condição humana que é a liberdade. O facto de não os ter vivido, fez crescer em mim curiosidade que me levou a descobrir o absurdo e perigo dessas ideologias. Feliz e agradecida por terem sido banidas do país que afinal é o meu.
Esse percurso de felicidade aparece-me hoje um pouco ensombrado quando ouço com cada vez mais frequência em diversos meios, usarem-se expressões como “é anti-democrático”, “é um atentado à democracia”, “é anticonstitucional”, etc. A naturalidade com que são feitas estas afirmações sem qualquer consequência, faz soar em mim sinetas de alerta, pois considero a democracia e a constituição, uns dos garantes da Liberdade. Tais afirmações levam-me a sentir que o meu conforto de liberdade não é seguro. É nesse sentido que considero e defendo que Abril deve ser lembrado e ensinado e até professado. A liberdade não é um dado adquirido temos que lutar por ela todos os dias, é efectivamente inerente à condição humana, mas deve ser namorada, cortejada, para que seja respeitada e perdure.


Armanda Gomes, Professora

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