sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

31 de Janeiro de 1891... o que dizer 123 anos depois

 

   


“No decorrer da segunda metade do século XIX, a Europa conhece um forte desenvolvimento económico com um correspondente aumento da produção. Esta situação exige das potências europeias, como a Inglaterra, a Alemanha ou a França, a exploração de novos mercados e de novas fontes de matérias-primas. É neste contexto que se afirma o crescente interesse destes países pelo continente africano e pelo expansionismo colonial. Alertados para essas pretensões, sobretudo após a Conferência de Berlim (1884-85), alguns portugueses têm a pretensão de formar um vasto território na África Central, um novo Brasil, ligando os litorais de Angola e Moçambique - o chamado "Mapa cor-de-rosa". No entanto, esta pretensão chocava com os planos do expansionismo inglês. Daí que a Inglaterra responda com um ultimato ao governo português que este acaba por  acatar.
 A humilhação subsequente da população portuguesa desemboca na revolta republicana ocorrida na guarnição militar do Porto, na madrugada de 31 de Janeiro de 1891. Sendo o culminar de uma onda de descontentamento que o ultimato de Janeiro de 1890 gerara em todo o país, foi a primeira revolta de cariz republicano a abanar as estruturas monárquicas.
 Após o Ultimato inglês, generaliza-se um pouco por todo o país, e sobretudo entre as classes mais esclarecidas, a crença de que o sistema republicano seria a única tábua de salvação.
 Nas cidades de Lisboa e Porto, com especial incidência nesta última, conspirava-se por todo o lado, de forma aberta e participada por vários sectores da cidade, em que se destacaram estudantes, jornalistas, juristas e sargentos. A impunidade com que os republicanos portuenses se moviam e proclamavam os seus ideais fê-los crer que a revolta teria a adesão das forças militares estacionadas no Porto. Este facto explica a precipitação e a profusão de erros estratégicos cometidos pelos revoltosos.
 Assim, ao contrário do esperado pelos republicanos, a maior parte dos regimentos não saiu dos quartéis. Só o batalhão de Caçadores 9, comandado por sargentos, a que mais tarde se juntou o alferes Malheiro e alguns batalhões chefiados pelo capitão Leitão, aderiram à intentona, concentrando-se no Campo de Santo Ovídio, hoje Praça da República. Daí, dirigiram-se aos Paços do Conselho do Porto e, da varanda, por entre vivas à República, foi proclamada por Alves da Veiga a implantação da República e anunciada a constituição de um Governo Provisório. Parecia que a revolta estava terminada, apesar da fraca adesão dos militares, em especial do corpo de oficiais da cidade.
No entanto, quando as tropas revoltosas subiram a rua de Santo António, hoje 31 de Janeiro, para se juntarem à Guarda Municipal, esta abriu fogo do cimo da rua sobre os revoltosos e os civis que os acompanhavam, dispersando uns e prendendo os responsáveis operacionais da revolta; sargentos e praças foram detidos e levados a Conselho de Guerra em Tribunal Militar.
Muitos revoltosos ainda se refugiam no edifício da Câmara, mas a derrota estava consumada. Entretanto, entre outros líderes republicanos, Alves da Veiga conseguiu fugir para o estrangeiro.
Mas, a 31 de Janeiro de 1908 – há que recordá-lo também -, em plena ditadura de João Franco, depois de esmagada outra reacção revolucionária republicana em 28 de Janeiro, o Rei D. Carlos I assinou um Decreto que conferia ao ditador poderes de excepção, permitindo-lhe perseguir, prender e deportar, sumariamente – sem processo judicial -, qualquer pessoa suspeita de republicanismo activo, ou de mera insubmissão ao regime e ao governo, decreto esse que terá motivado o atentado regicida levado a cabo no dia seguinte, um de Fevereiro, em que toda a família real foi vítima, sucumbindo o Rei e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe, escapando a Rainha e, ligeiramente ferido, o infante D. Manuel, depois Rei de Portugal até 5 de Outubro de 1910, data da revolução e implantação definitiva da República Portuguesa.” 


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Novo Link... Biblioteca Escolar da Esc. Sec. Francisco de Holanda


Partilhamos hoje uma nova ligação.
Desta feita com a Biblioteca Escolar da Escola Secundária Francisco de Holanda.

Para acederes ao "blogue" da Biblioteca Escolar da Escola Secundária Francisco de Holanda, vai a "Favoritos".

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ultima Hora... "Liberdade é... cria o teu mural"


Tendo chegado ao NE25A algumas duvidas relativamente ás dimensões dos "murais" a serem produzidos, esclarecemos o seguinte:
1º As medidas propostas para os murais a serem produzidos são 150 cmx120;
2º Atendendo aos constrangimentos financeiros aludidos por muitas das escolas que querem participar e tendo em atenção que um dos nossos objetivos é o de propiciar a todos novas experiências de cidadania, a dimensão minima dos murais a concurso passa a ser de  0.90cmx120cm.

Para qualquer duvida estamos contactáveis em ne25abril@gmail.com



"Liberdade é..." ultima semana de inscrições


Ultima semana para inscrições no concurso " Liberdade é... cria o teu mural".
Consulta o regulamento em "Novidades" .

domingo, 26 de janeiro de 2014

O equilíbrio... por Celeste Semanas


Para todas as interpretações...

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O Movimento dos Capitães... a 23 de Janeiro de 1974



A 23 de Janeiro de 1974  o Movimento dos Capitães lança a 1ª circular do Movimento (circular n.º1/74), por decisão da sua direção. A mesma é amplamente distribuída, relatando os acontecimentos ocorridos em Moçambique (os célebres acontecimentos da Beira- Moçambique-,quando as populações brancas de Vila Pery e da Beira se manifestaram contra a incapacidade das forças portuguesas de suster a situação, já esgotada de efetivos e sem possibilidade do reforço dos meios de combate) e apelando a que cada militar "...dentro das mais estritas regras da disciplina..." se empenhe na exigência de um desagravo à instituição.
Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço avistam-se com o General Spínola, dando-lhe conhecimento da posição do Movimento (á qual manifesta grande reserva). Esta circular viria a ser citada na BBC, no Le Monde e na emissora Rádio Portugal Livre de Argel.

Para saberes mais sobre os acontecimentos da Beira de Janeiro de 1974, segue o "link".

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Opinião... A crise e o Neoliberalismo

O "Opinião", é um espaço de divulgação de textos que mostrem a liberdade nas suas diferentes matizes. Este espaço é da responsabilidade dos autores de cada texto, estando o NE25A aberto à publicação de textos que nos queiram enviar (obedecendo às regras de uma cidadania responsável e democrática).
O de hoje é da responsabilidade de Zeferino Lopes,professor:

"A crise e o neoliberalismo
Está cada vez mais evidente que a crise financeira de 2008, que está na origem da atual crise das dívidas soberanas, não sucedeu por acaso mas que foi preparada, planeada e desejada com o objetivo de implementar sub-repticiamente o neoliberalismo à escala europeia e mundial destruindo paulatinamente o Estado Social e obrigando os cidadãos a ter que pagar tudo o que precisam para sobreviver do seu próprio bolso – desde a água à saúde, passando pela educação e assistência. A estratégia começou pelo endividamento das famílias e do Estado acenando-lhes com a cenoura dos juros muito baixos: as famílias endividaram-se para lá das suas capacidades financeiras para comprar casa, carro e férias, e os Estados endividaram-se na loucura dos governos em querer mostrar “obra feita”. Ele foram hospitais e escolas novinhos em folha, foram os estádios de futebol muitos deles agora às moscas, foram as vias rápidas e auto-estradas SCUT e sem SCUT, foram as circulares e as rotundas com mais ou menos arte, foram as piscinas e os pavilhões gimnodesportivos ou multiusos em cada canto, foram as recuperações necessárias dos centros urbanos e assim por diante incluindo as mordomias da classe política e dos amigos, filhos e enteados, na ocupação de lugares da administração do Estado central, da administração local, quando, na prática, estes nada ou quase nada faziam já que os governos encomendavam e pagavam a escritórios de advogados ou economistas quantias astronómicas para fazer estudos e dar pareceres. Conclusão: o Estado faliu, as famílias faliram, e os bancos, porque as empresas e famílias deixaram de poder pagar seus compromissos, faliram também.
Agora, para o Estado e os bancos funcionarem é preciso pedir dinheiro emprestado. Mas isso já estava previsto. O endividamento foi premeditado. Os Estados e bancos falidos não terão outra chance senão cumprir as exigências dos credores. “Nós emprestamos o dinheiro mas só nestas condições: cortar na despesa pública, nos funcionários públicos desde magistrados, professores, médicos, enfermeiros, até militares e agentes de segurança; para isso têm que privatizar a educação, a saúde e a assistência social – quem as quiser que as pague do seu bolso!” Assim em vez de um serviço nacional de saúde teremos seguros de saúde pagos a peso de ouro para termos assistência nos hospitais; em vez de uma reforma paga pela assistência social teremos que pagar seguros de reforma também pagos a preços lucrativos às seguradoras; em vez de um subsídio de desemprego não teremos nada ou então teremos uma subvenção limitada também paga às seguradoras do nosso bolso ao longo dos vários anos de trabalho.
É claro que a nossa constituição impede a destruição do Estado Social: ela diz concretamente que a assistência na saúde, na reforma e na educação (básica) são da responsabilidade do Estado e que são tendencialmente universais e gratuitas. A constituição e o Tribunal constitucional passaram a ser obstáculos à imposição do neoliberalismo. Se são obstáculos à implementação da economia e “sociedade” neoliberais, há que “refundar” o Estado, destruir os obstáculos à marcha neoliberal. Paradoxalmente, a ideologia neoliberal defende o Estado mínimo, remetido a meras funções arbitrais; mas o neoliberalismo, para se impor, precisa da força do Estado, seja pela via democrática, através de eleições enganosas em que se promete umas coisas e fazem-se outras precisamente ao contrário, seja pela força brutal dos golpes de Estado como aconteceu no Chile ou eleições como no tempo de Reagan e da Srª Tacher, grandes defensores da economia liberal e da privatização de tudo a que cheirasse a serviço público incluindo os transportes.
Mas os empréstimos para financiar as “reformas” e o Estado enquanto este as tenta implementar, nada resolvem e isso é propositado: as pessoas falidas não compram, as empresas que trabalham para o mercado interno não vendem e abrem falência e aumenta-se o desemprego, logo a receita fiscal diminui, aumenta a despesa social com os subsídios de desemprego, logo torna-se impossível pagar a dívida.
Segundo a lei da economia liberal da oferta e da procura, quantos mais desempregados houver na procura de emprego e menor for a oferta de postos de trabalho, mais baixos serão os salários. É o que estamos assistindo: enfermeiros pagos a quatro euros à hora, médicos e professores e todos os funcionários públicos incluindo militares e forças de segurança com cortes salariais e sem os subsídios de Natal e de férias. A diminuição dos salários enfraquecerá a economia e mais falências haverá, sobretudo das pequenas e médias empresas: mais desemprego e miséria, salários mais baixos… clima propício para se vender ao desbarato tudo ao grande capital nacional e internacional, à meia dúzia de famílias poderosas que pretendem dominar todos e todo o mundo – privatização de todos os serviços públicos a preço de saldo. Então aparecerão, como aves de rapina e necrófagas, as multinacionais a comprar tudo quanto se privatiza e as empresas entretanto falidas; começarão os investimentos mas sempre com um exército considerável de desempregados para manter os salários baixos. E tudo quanto precisarmos para sobreviver, desde a água aos transportes, da saúde à educação, terá que ser pago ao preço que nos impuserem. Acaba-se a democracia económica e política! É a ditadura do dinheiro, do grande capital!
Essa é a meta para onde nos querem levar. É preciso estarmos atentos e não permitir que tal venha acontecer."
Penafiel, 4 de novembro de 2012.                                     Zeferino Lopes

sábado, 18 de janeiro de 2014

A Revolta da Marinha Grande... 80 anos depois



Lembram-se hoje, dia 18 de janeiro de 2014, os 80 anos sobre a "Revolta da Marinha Grande", uma das mais importantes reações ao "Estado Novo" e a Salazar.
A revolta do 18 de janeiro de 1934 surgiu como movimento de oposição e de revolta ao “Estatuto do Trabalho Nacional e Organização dos Sindicatos Nacionais”, em Setembro de 1933, pelo Estado Novo de Salazar, destinado a eliminar os sindicatos livres em favor das corporações (uma das principais características do fascismo português).
Assume assim particular importância esta revolta se pensarmos no contexto europeu de 1934, em que os movimentos de extrema direita e fascistas, avançam por toda a Europa ferida da Iª guerra e da "Grande Depressão".
Durante a revolta, foi criado um "soviete" ( forma de governo de tendência popular e de base), que assumiu o controlo da vila, tomando o posto da GNR e a estação dos Correios. O comandante do posto da GNR e a sua família foi «aprisionado» numa pensão local. Os guardas ficaram sob custódia de um administrador de uma fábrica. Durante algumas horas, a vila esteve ocupada pelos revolucionários e sendo paulatinamente cercada por forças militares. Na madrugada de 19, as posições ocupadas pelos trabalhadores foram tomadas e a rebelião sufocada.
Salazar aproveita esta revolta para justificar a criação do Campo de Concentração do Tarrafal. Na primeira leva de 152 presos que o foram estrear, 37 tinham participado no 18 de Janeiro. António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, condenado a 20 anos de degredo, ali morreu em 1948. O líder do movimento, o ferroviário e militante do PCP ( que teve uma enorme importância neste movimento), Manuel Vieira Tomé foi brutalmente torturado, vindo a morrer na prisão nesse mesmo ano. Houve centenas de prisões e de deportações.
Podes ler aqui, um artigo de opinião de Pedro Bacelar de Vasconcelos, sobre a "Revolta da Marinha Grande"

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Aconselhamos... Projecto Troika



Uma iniciativa de 8 foto jornalistas e um realizador portugueses que procuram reproduzir a história de um país, mergulhado na crise e sob a alçada de uma “troika” internacional.
O objetivo é o de criar um livro de fotografia e uma curta-metragem, onde se caracterize o nosso país, após a passagem da “troika” e de processo de resgate financeiro.
Este trabalho é apresentado hoje e para teres acesso a toda a plataforma de comunicação do  “Projeto Troika”, segue o “link” (imagem)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Aconselhamos... Oficina Corpo Comum



Aconselhamos no Centro Cultural Vila Flor, a oficina para professores e educadores “Corpo Comum”. Segundo os promotores, Sofia Cabrita e Manuela Ferreira, esta oficina “… é um espaço de partilha regular entre professores/educadores e artistas, que promove o cruzamento entre arte e pedagogia em ambiente informal e experimental. O programa resulta do convite a artistas com prática pedagógica em diferentes disciplinas e contextos de aprendizagem e é composto por oficinas que podem ser frequentadas individualmente ou de forma cumulativa, dependendo dos objetivos dos participantes.”

Esta primeira oficina realiza-se nos dias 29 e 30 de janeiro, das 18.30h às 21.30h, na Black Box da PAC e tendo como público/alvo professores do ensino secundário; brevemente daremos mais informações sobre oficinas programadas para Fevereiro e Março.

Para mais informações, acede à página do CCVF (imagem ou coluna dos favoritos)

domingo, 12 de janeiro de 2014

Concurso " Liberdade é... cria o teu mural"

Inscrições até 31 de Janeiro


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A Opinião... "Austeridade e efeitos perversos"

O "Opinião", é um  espaço de divulgação de textos que mostrem a liberdade nas suas diferentes matizes. Este espaço é da responsabilidade dos autores de cada texto, estando o NE25A aberto à publicação de textos que nos queiram enviar (obedecendo às regras de uma cidadania responsável e democrática).
O de hoje é da responsabilidade de Zeferino Lopes,professor.

"Austeridade e efeitos perversos.

Paul Krugman, prémio Nobel da Economia, no seu recente livro «Acabem com esta crise, já!» publicado na Editorial Presença, 2012, mostra com provas empíricas e raciocínios lógico-dedutivos que a política da austeridade não conduz a resultados práticos positivos pois faz crescer o desemprego, diminuir o PIB, aumentar as falências e produz efeitos contrários aos esperados como seja o desequilíbrio das finanças públicas. Com efeito, as empresas falidas e os desempregados deixam de pagar impostos e a segurança social, logo menos receita para o Estado e para a Segurança Social. Entretanto a despesa com a segurança social aumenta devido ao aumento dos desempregados.
A política da austeridade, que é no final de contas uma política de poupança forçada nuns casos e desejada noutros, tem efeitos perversos contrários àquilo que seria suposto prever.
Para percebermos o conceito de «efeito perverso» vou dar um exemplo simples retirado do trânsito: Imaginemos que quero deslocações mais rápidas e cómodas num espaço urbano qualquer. Em vez de usar transportes públicos compro um carro para as minhas deslocações e a coisa parece resultar se for só eu e mais alguns a fazer o mesmo. Mas imaginemos que por um processo de imitação todos pensam e agem de igual forma, quer dizer, todos se deslocam de carro: as estradas e ruas entopem, engarrafamentos brutais, desgaste de combustível e de nervos, perdas enormes de tempo e energias: conclusão – é mais rápido andar de bicicleta ou mesmo a pé! Todos querendo fazer o bem acabaram por produzir o mal.
Na economia passa-se o mesmo. A política da austeridade, que conduz à poupança forçada de muitos e à poupança voluntária de outros tantos com o medo da crise, faz com que não haja investimento com medo de que não haja retorno, pois o consumo diminuiu e também diminui o consumo porque o valor das reformas e pensões e salários baixou e outros querem poupar: a loja não vende e abre falência e manda gente para o desemprego; a fábrica não produz porque já não tem a quem vender e abre falência mandando mais umas centenas ou milhares para o desemprego. Conclusão: a poupança que parece ser uma coisa boa se for praticada só por algumas pessoas ou empresas, torna-se numa coisa má se for generalizada (Se os restantes países europeus também praticam a política da austeridade a quem vai Portugal vender os produtos destinados à exportação?)
É esta situação que se passa atualmente em Portugal. Os níveis de poupança subiram e isso é dado como uma boa notícia por aqueles que não percebem os meandros da economia. Na prática é uma má notícia porque significa menos procura, menos consumo, menos comércio, menos indústria e menos trabalho, menores ganhos. Depois a poupança do Estado no corte das pensões, no corte ao investimento público, também produz os mesmos efeitos: paralisação da economia. Todos querendo poupar, publico e privados, todos julgando fazer o bem acabam por produzir o mal: desemprego, diminuição do PIB, empobrecimento, miséria e fome. A austeridade, como remédio da crise, torna-se no seu próprio alimento: gera crise que gera mais austeridade que gera mais crise. É uma profecia auto-realizadora!
Não há dúvida que os nossos políticos adeptos da austeridade e poupança são “inteligentes”: desenvolvem uma política que tem como resultado o inverso do desejado ou esperado! Será que eles sabem o que são «efeitos perversos» na economia?"

Penafiel, Julho de 2013,
Zeferino Lopes

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Liberdade é... cria o teu mural

INSCRIÇÕES ATÉ 31 DE JANEIRO!

Ficha de inscrição e regulamento do concurso, na coluna "Novidades"
Participa!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Opinião de Santana Castilho....Um abraço aos professores portugueses

Aconselhados pela professora Damiana Sousa (membro do NE25A), sugerimos a leitura atenta do artigo do professor Santana Castilho (um dos oradores convidados do Cidadanias III), publicado no dia 2 de janeiro, no jornal "Público".

Para teres acesso ao artigo, segue o "link"(imagem).

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Leituras em dia... " Salazar Cerejeira - A "Força" da Igreja

Da autoria de Pedro Ramos Brandão e editado pela “Casa das Letras” em 2010, aconselhamos a leitura de “Salazar-Cerejeira: a «Força» da Igreja”.

Recorrendo à análise da correspondência particular entre Oliveira Salazar e o Cardeal Cerejeira, o autor problematiza as relações entre o Estado Novo e a Igreja Católica, durante a maior parte do período do Estado Novo. 
Chamamos a atenção para o facto de que a maior parte dos documentos que constam nesta obra, são inéditos em termos de publicação.

domingo, 29 de dezembro de 2013

As nossas propostas para 2014


“A argila fundamental de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber idéias para moldar nosso futuro.” 
Ernesto Che Guevara 

“Aprenda com o ontem, viva o hoje, tenha esperança no amanhã. O importante é não parar de questionar.” 
Albert Einstein


 Um excelente 2014, são os votos do NE25A!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Conto de Natal... um original de Julio Borges

"Martin, advogado conceituado, mas caído em desgraça após se ter despedido da firma, Antoinne e Griller, saíra de casa para a missa do galo. Não era católico, pelo menos achava que não.Tudo na sua vida rodava à sua volta. A sua arrogância e ambição não lhe concediam qualquer tempo para se lamentar, arrepender-se ou pensar no próximo.
A missa do galo servia apenas para zelar pelos seus interesses. Na catedral, era ponto de encontro da alta sociedade, e sempre bom local para contactos com possíveis futuros clientes.
Pelo caminho até ao metro foi abalroado por um miúdo, sujo, esfarrapado, com aspeto miserável.
- Pardon, meu senhor. - Disse o rapaz.
- Vê por onde andas! Para a próxima tem mais cuidado. –Reprendeu-o Martin. Não sabia porquê, mas instintivamente levou a mão ao sobretudo de caxemira, comprado num dos melhores alfaiates da capital.
- Maldito, roubou-me o telemóvel! - Grita chocado e cheio de raiva. O telemóvel era a sua agenda, onde tinha todos os seus contactos.
Martin, corre atrás do rapaz. Persegue-o até uma zona da cidade que não conhecia, apesar de não distar mais de algumas centenas de metros do seu confortável loft na RueCassette. Era a primeira vez que entrava naquele parque, no Jardin de Luxembourg.
Rogou pragas àquele miúdo, à sua sorte, à sua decisão de dispensar Michele, a sua motorista, com a qual toda e qualquer intimidadeseria impossível devido ao seu estatuto social.
Nunca gostara do Natal, nunca abdicara das suas regalias para os outros poderem desfrutar desta época, e na primeira vez que o fizera, tinha sido roubado. Embrenhado nos seus pensamentos, nos queixumes de um privilegiado, de repente estaca. A imagem com que se deparou contrastava com o cenário luminoso, organizado, financeiramente confortável, a que estava habituado. A medo, Martin avança.
Amontoados, vários excluídos tentavam aquecer-se junto a bidões fumegantes. Junto deles, alguns jovens, outsiders por vontade própria; dependentes, rapazes e meninas tristes, que apagam as suas mágoas na dose seguinte, precisando de se vender para as compras diárias; e grupos de voluntários celebravam a quadra natalícia, como se os seus problemas se resolvessem com uma sanduiche, uma fatia de bolo e um chocolate quente.
Ali, ele é que se sentia excluído. Todos conversavam animadamente, apesar de muitos deles não parecerem ter forças para se sustentar de pé.
Assombrado pelos preconceitos da sociedade visceral a que pertence, onde as aparências são um cartão-de-visita ou de livre-trânsito, Martin vai observando toda aquela gente indiferente à sua presença, ao seu belo e confortável casaco de caxemira, comprado no melhor alfaiate da capital, indiferentes ao seu estatuto de célebre advogado.
O rapaz, antes, o ladrão, encontrava-se encostado a um canto, junto a uma barraca improvisada com algumas tábuas e um plástico velho e rasgado. Na sua mão, o telemóvel roubado, é utilizado para iluminar algo ou alguém.
- Estás aí sem grande ladrão, tu vais ver o que te espera. – Grita Martin.
O homem, saudável em todo o seu ser, de corpo tonificado pelo ginásio, dietas e mais uma ou outra coisa ingerida, pois a sociedade exige que assim seja, alcança o rapazito e começa a bater-lhe com toda a sua força e raiva. Pela ousadia de o roubar, por o obrigar a correr no seu belo casaco de caxemira, no seu fantástico fato Armani, por o obrigar a confrontar-se com aquela miserável imagem, que nada tinha a ver com o seu mundo, que nada tinha a ver consigo. O rapaz não teria mais de sete ou oito anos. Martin abranda na sua ira, e após desferir quatro ou cinco murros naquela indefesa criança e se prepara para apanhar o telemóvel do chão, o célebre advogado, com um belo e confortável casaco de caxemira, comprado no melhor alfaiate de Paris, vê uma mulher, indigente, macérrima, abandonada, esquecida pela vida, a qual amamenta um bebé, recém-nascido.
O bebé era tão fresco neste mundo, que o cordão umbilical ainda se encontrava dependurado na sua pequena e ensanguentada barriguita. O telemóvel não iluminava nada nem ninguém. O telemóvel roubado servia para distrair a criança, uma música que Martin reconheceu como “Ave Maria” de Shubert, o seu toque selecionado, embalavam o rebento. 
            Martin, olha em seu redor, todos o olhavam com desprezo e indignação. A ele, tão célebre, tão importante na sua própria vaidade, centro da atenção de indigentes, vadios, drogados, prostitutos e prostitutas. Ele tão magnânimo, tão senhor da sua própria posição na sociedade, ser repreendido com o olhar por vagabundos!
E eis que, Martin Dubois, célebre advogado, com um belo e confortável casaco de caxemira, comprado no melhor alfaiate de Paris, se ajoelha e chora. Chora pela sua insignificância, pela sua ignorância, pelo desprezo e vergonha que sente de si próprio.
De um pulo, levanta-se, abraça aquela criança, e chora, chora, até libertar todas as suas mágoas e frustrações. De seguida chama uma ambulância levando o recém-nascido e sua mãe para o hospital. E pela primeira vez desde que se recorda de ser gente, Martin pensa nos outros.
Enquanto mãe e filhos recuperam das noites frias, dos dias em jejum, dos socos recebidos de outros tantos Martin que em Paris se cruzaram com eles, o célebre advogado, com um belo e confortável casaco de caxemira, comprado no melhor alfaiate de Paris, compra brinquedos e bugigangas, roupas e roupinhas, deixando-as nos respetivos quartos enquanto os seus ocupantes dormem.
Quanto ao célebre advogado, entra no metro, dirigindo-se à Esplanade de La Défense. Toca à campainha das águas furtadas. Espera alguns segundos, ouvindo-se uma voz à janela:
- Oui, bonjour, quem é?

- Michele, abre sou o Martin. Feliz Natal."

Júlio Borges

domingo, 22 de dezembro de 2013

Feliz Natal!


"Percorro o dia, que esmorece
Nas ruas cheias de rumor;
Minha alma vã desaparece
Na muita pressa e pouco amor.
Hoje é Natal. Comprei um anjo,
Dos que anunciam no jornal;
Mas houve um etéreo desarranjo
E o efeito em casa saiu mal.
Valeu-me um príncipe esfarrapado
A quem dão coroas no meio disto,
Um moço doente, desanimado…
Só esse pobre me pareceu Cristo."

Natal chique, Vitorino Nemésio

Votos de um santo Natal, são os votos do NE25A

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Projeto Liberdade de Expressão e Redes Sociais... 3º lugar para a EB 2/3 Afonso Henriques

No âmbito do projeto lançado pela SIC Esperança com a Rede de Bibliotecas Escolares intitulado “Liberdade de Expressão e Redes Sociais”, informamos todos aqueles que nos seguem da atribuição do 3º prémio à turma D, do 9º ano da EB 2/3 Afonso Henriques (Guimarães). O filme feito por estes jovens com apoio e coordenação das professoras Ema Nunes (professora bibliotecária), Daniela Nunes (EMRC), Fátima Xavier ( EV), Nuno MataArmanda Gomes (História e Educação para a Cidadania), reflete a grande preocupação para com os efeitos perversos das redes sociais ( de salientar o apoio da Rádio Fundação a este trabalho).


A todos os envolvidos e em especial aos alunos da turma D, do 9º ano, da EB 2/3 Afonso Henriques, o NE25A envia os maiores parabéns por mais um exemplo de Cidadania nas Escolas Púbicas.

Com a devida autorização dos coordenadores do trabalho, deixamos aqui, em primeira mão, o trabalho destes jovens.


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Leituras em dia com... Não há mapa cor de rosa!

De José Medeiros Ferreira, editado pela "Edições 70", aconselhamos a leitura e análise de " Não há mapa cor de rosa - A História (Mal)Dita da Integração Europeia". 
O trajeto percorrido até à união dos nossos dias num  processo, segundo o autor, cheio de controvérsias e polémicas, que se torna necessário articular com a da integração europeia de Portugal. A par desta articulação, a discussão sobre  o alargamento a Leste e as consequências da crise financeira, potenciadora do alargamento do fosso entre o Norte e o Sul.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Concurso "Liberdade é... cria o teu mural".


Inscrições até 31 de Janeiro de 2014
Descarrega a ficha de inscrição e regulamento, na coluna "NOVIDADES" ( lado direito) 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Homenagem a Nadir Afonso


Faleceu hoje em Cascais, com 93 anos, o  artista plástico Nadir Afonso
Natural de Chaves, licenciou-se em arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e trabalhou com nomes famosos como o Le Corbusier e Oscar Niemeyer, tendo posteriormente "abandonado" a arquitectura pela pintura. Prémio Nacional de Pintura em 1967,  recebe em 1969  o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso, tendo sido condecorado com o grau de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2010). Na sua ultima entrevista dizia que  continuava a desenhar e a pintar "A fazer o que sei...", apesar da mão que já me trava a mancha e não obedece muitas vezes à cabeça. Mas é a vida...".

Para saberes mais sobre este grande português, segue o "link" (imagem)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

10 de Dezembro de 1948... Declaração Universal dos Direitos Humanos

"Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do homem;
Considerando que é essencial a protecção dos direitos do homem através de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;
Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efectivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;..." 
(preâmbulo da Carta Internacional dos Direitos Humanos Adoptada e proclamada pela Assembleia Geral na sua Resolução 217A (III) de 10 de Dezembro de 1948)




Um exemplo de comemoração da Declaração dos Direitos Humanos é a actividade promovida pela Biblioteca Escolar e do  departamento de CSH, do AEBriteiros: 5 Dias, 5 Filmes, em celebração dos direitos humanos, da solidariedade, da igualdade, da tolerância, da liberdade e da solidariedade.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Nelson Mandela... 1918 - 2013