sábado, 18 de janeiro de 2014

A Revolta da Marinha Grande... 80 anos depois



Lembram-se hoje, dia 18 de janeiro de 2014, os 80 anos sobre a "Revolta da Marinha Grande", uma das mais importantes reações ao "Estado Novo" e a Salazar.
A revolta do 18 de janeiro de 1934 surgiu como movimento de oposição e de revolta ao “Estatuto do Trabalho Nacional e Organização dos Sindicatos Nacionais”, em Setembro de 1933, pelo Estado Novo de Salazar, destinado a eliminar os sindicatos livres em favor das corporações (uma das principais características do fascismo português).
Assume assim particular importância esta revolta se pensarmos no contexto europeu de 1934, em que os movimentos de extrema direita e fascistas, avançam por toda a Europa ferida da Iª guerra e da "Grande Depressão".
Durante a revolta, foi criado um "soviete" ( forma de governo de tendência popular e de base), que assumiu o controlo da vila, tomando o posto da GNR e a estação dos Correios. O comandante do posto da GNR e a sua família foi «aprisionado» numa pensão local. Os guardas ficaram sob custódia de um administrador de uma fábrica. Durante algumas horas, a vila esteve ocupada pelos revolucionários e sendo paulatinamente cercada por forças militares. Na madrugada de 19, as posições ocupadas pelos trabalhadores foram tomadas e a rebelião sufocada.
Salazar aproveita esta revolta para justificar a criação do Campo de Concentração do Tarrafal. Na primeira leva de 152 presos que o foram estrear, 37 tinham participado no 18 de Janeiro. António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, condenado a 20 anos de degredo, ali morreu em 1948. O líder do movimento, o ferroviário e militante do PCP ( que teve uma enorme importância neste movimento), Manuel Vieira Tomé foi brutalmente torturado, vindo a morrer na prisão nesse mesmo ano. Houve centenas de prisões e de deportações.
Podes ler aqui, um artigo de opinião de Pedro Bacelar de Vasconcelos, sobre a "Revolta da Marinha Grande"

0 comentários:

Enviar um comentário