sábado, 22 de fevereiro de 2014

40 anos após... "Portugal e o Futuro"


Passam hoje 40 anos do aparecimento do livro "Portugal e o futuro", publicado pela Editora Arcádia no dia 22 de Fevereiro de 1974 e da autoria do general António de Spinola.
Nesse livro, o ex-governador da Guiné-Bissau e considerado como um dos mais brilhantes militares portugueses da sua geração,  afirma que as guerras coloniais, que duravam desde 1961, não tinham solução militar ( ver imagem do jornal Republica).
As teses de 'Portugal e o Futuro' eram também um desafio à política oficial da ditadura: "estamos numa encruzilhada" do problema ultramarino; "a contestação generaliza-se a todos os sectores", até "à Igreja e à instituição militar"; "resta apenas uma via para a solução do conflito e essa é eminentemente política, a vitória exclusivamente militar é inviável"; "a solução implica a aceitação de princípios, o primeiro dos quais é o reconhecimento do direito dos povos à autodeterminação".
A publicação deste livro provocou o pedido de demissão de Marcelo Caetano (à altura presidente do conselho de ministros), recusado por Américo Tomás (presidente da república), a cerimonia da " Brigada do Reumático" ( de que falaremos mais tarde) e provocou a demissão de Costa Gomes e Spínola dos cargos militares que ocupavam,  o que segundo alguns foi o motivo mais forte para o pronunciamento militar das Caldas.

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