Passam hoje 40 anos do aparecimento do livro "Portugal
e o futuro", publicado pela Editora Arcádia no
dia 22 de Fevereiro de 1974 e da autoria do general
António de Spinola.
Nesse livro, o ex-governador da Guiné-Bissau e considerado
como um dos mais brilhantes militares portugueses da sua
geração, afirma que as guerras coloniais, que duravam desde 1961,
não tinham solução militar ( ver imagem do jornal Republica).
As
teses de 'Portugal e o Futuro' eram também um desafio à política oficial da
ditadura: "estamos numa encruzilhada" do problema ultramarino;
"a contestação generaliza-se a todos os sectores", até "à Igreja
e à instituição militar"; "resta apenas uma via para a solução do
conflito e essa é eminentemente política, a vitória exclusivamente militar é
inviável"; "a solução implica a aceitação de princípios, o primeiro
dos quais é o reconhecimento do direito dos povos à autodeterminação".
A publicação
deste livro provocou o pedido de demissão de Marcelo Caetano (à altura
presidente do conselho de ministros), recusado por Américo Tomás (presidente da
república), a cerimonia da " Brigada do Reumático" ( de que
falaremos mais tarde) e provocou a demissão de Costa Gomes e Spínola dos cargos
militares que ocupavam,
o que segundo alguns foi o motivo mais forte para o pronunciamento
militar das Caldas.
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