Foi num clima de contestação e luta estudantisl ( que se verificava desde 1951), que em 1962 se realizam vários encontros de dirigentes estudantis associativos. Estes encontros dão origem à criação do Secretariado Nacional de
Estudantes Portugueses e à realização, em Coimbra, do primeiro Encontro
Nacional de Estudantes (ignorando a proibição que o Governo tinha decretado).
Esse acto de revolta foi pago pelos membros da direcção da Associação Académica, com a
instauração de processos disciplinares e a correspondente suspensão. Os
estudantes de Coimbra responderam com o luto académico e a greve às aulas.
Na mesma altura, em Lisboa, as associações de
estudantes comemoram o Dia do Estudante em 24 de Março, sem autorização do Ministério da Educação ( chefiado por Inocêncio Galvão telles). O regime salazarista respondeu com a sua brutalidade habitual.
A cantina foi encerrada e a Cidade Universitária invadida pela polícia de
choque, ignorando a autonomia universitária. Estudantes foram espancados e
presos, desencadeando uma reacção de repúdio que levou a que fosse decretado o
luto académico e a greve às aulas.
Marcelo Caetano era Reitor da
Universidade de Lisboa e mediou uma solução negociada para o problema. Os
estudantes voltavam às aulas, mas realizar-se-ia um segundo Dia do Estudante
nos dias 7 e 8 de Abril. Assim fizeram os estudantes mas, chegada essa data, o
Ministério voltou a proibir as comemorações. O Reitor sentindo-se desautorizado
demite-se. O luto académico foi reposto e os estudantes desceram do Campo
Grande ao Ministério (então no Campo Mártires da Pátria) ao som do grito
"Autonomia!".
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