sábado, 24 de março de 2012

50 anos depois... 24 de Março de 1962


Foi num  clima de contestação e luta estudantisl ( que se verificava desde 1951), que em 1962 se realizam vários encontros de dirigentes estudantis associativos. Estes encontros dão origem à criação do Secretariado Nacional de Estudantes Portugueses e à realização, em Coimbra, do primeiro Encontro Nacional de Estudantes (ignorando a proibição que o Governo tinha decretado). Esse acto de revolta foi pago pelos membros da direcção da Associação Académica, com a instauração de processos disciplinares e a correspondente suspensão. Os estudantes de Coimbra responderam com o luto académico e a greve às aulas.
Na mesma altura, em Lisboa, as associações de estudantes comemoram o Dia do Estudante em 24 de Março, sem autorização do Ministério da Educação ( chefiado por Inocêncio Galvão telles). O regime salazarista respondeu com a sua brutalidade habitual. A cantina foi encerrada e a Cidade Universitária invadida pela polícia de choque, ignorando a autonomia universitária. Estudantes foram espancados e presos, desencadeando uma reacção de repúdio que levou a que fosse decretado o luto académico e a greve às aulas.
Marcelo Caetano era Reitor da Universidade de Lisboa e mediou uma solução negociada para o problema. Os estudantes voltavam às aulas, mas realizar-se-ia um segundo Dia do Estudante nos dias 7 e 8 de Abril. Assim fizeram os estudantes mas, chegada essa data, o Ministério voltou a proibir as comemorações. O Reitor sentindo-se desautorizado  demite-se. O luto académico foi reposto e os estudantes desceram do Campo Grande ao Ministério (então no Campo Mártires da Pátria) ao som do grito "Autonomia!".


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