No dia 16 de Março de 1974, às 04h00 da
madrugada, uma coluna do Regimento de Infantaria 5 (RI5) das Caldas da Rainha
passa os portões do aquartelamento, comandada pelo capitão Armando Marques
Ramos. Pretende executar um golpe militar, marchando sobre Lisboa e depondo o
Governo. Apenas a três quilómetros da capital terá a noção de que se encontra
isolada.
Um precipitado e deficiente planeamento
da ação leva ao seu fracasso, sendo presos quase duas centenas de militares -
oficiais, sargentos e praças - entre os quais o tenente-coronel João de Almeida
Bruno, majores Manuel Monge e António Casanova Ferreira e capitães Marques
Ramos e Virgílio Varela. Constituiu, segundo alguns dos elementos do MFA (ver
" Alvorada em Abril" de Otelo Saraiva de Carvalho e "Vasco
Lourenço: do interior da Revolução", de Vasco Lourenço), um
importante balão de ensaio para o 25 de Abril.
Sobre
a revolta das Caldas da Rainha, efetuada a 16 de março de 1974, subsistem
algumas contradições: Fernando Rosas considera que “ … foi a maneira da
generalidade das unidades militares demonstrarem a sua repulsa contra a submissão
das Forças Armadas simbolizada pela cerimónia de 14 de Março em que a chamada
“Brigada do Reumático” foi jurar fidelidade ao regime”; por seu lado, o coronel
Vasco Lourenço ( Coordenadora do MFA) considera que o 16 de Março foi feito
"dentro do movimento", com o "total" envolvimento de Otelo
Saraiva de Carvalho, apoiado em alguns oficiais da ala spinolista”.
Recorda agora, a nota oficial, publicada na imprensa, na qual o regime Fascista anunciava a sua vitória sobre a falhada tentativa de golpe.
«Na madrugada de sexta-feira para sábado, alguns oficiais em
serviço no Regimento de Infantaria 5, aquartelado nas Caldas da Rainha,
capitaneados por outros que nele se introduziram, insubordinaram-se, prendendo
o comandante, o segundo comandante e três majores e fazendo em seguida sair uma
Companhia auto transportada que tomou a direcção de Lisboa.
O Governo tinha já conhecimento de que se preparava um movimento
de características e finalidades mal definidas, e fácil foi verificar que as
tentativas realizadas por alguns elementos para sublevar outras Unidades não
tinham tido êxito.
Para interceptar a
marcha da coluna vinda das Caldas foram imediatamente colocadas à entrada de
Lisboa forças de Artilharia 1, de Cavalaria 7 e da GNR. Ao chegar perto do
local onde estas forças estavam dispostas e verificando que na cidade não tinha
qualquer apoio, a coluna rebelde inverteu a marcha e regressou ao quartel das Caldas
da Rainha, que foi imediatamente cercado por Unidades da Região Militar de
Tomar. Após terem recebido a intimação para se entregarem, os oficiais
insubordinados renderam-se sem resistência, tendo imediatamente o quartel sido
ocupado pelas forças fiéis, e restabelecendo-se logo o comando legítimo.
Reina a ordem em todo o País».
3 comentários:
Queria felicitar Armando Marques Ramos mais Nao tenho o seu e mail o enderecao .. So francese amiga
O peu mail : quairerenee@free.fr (Renee Lefèvre et Janine )
Sr. Armando, I'm back in Portugal after several years in Spain, would love to talk to you to catch up! kind regards, Simon Harris (info@europeanwidetranslationsltd.com)
Enviar um comentário