segunda-feira, 16 de março de 2015

o 16 de Março de 1974... balão de ensaio ou algo mais


No dia 16 de Março de 1974, às 04h00 da madrugada, uma coluna do Regimento de Infantaria 5 (RI5) das Caldas da Rainha passa os portões do aquartelamento, comandada pelo capitão Armando Marques Ramos. Pretende executar um golpe militar, marchando sobre Lisboa e depondo o Governo. Apenas a três quilómetros da capital terá a noção de que se encontra isolada.
Um precipitado e deficiente planeamento da ação leva ao seu fracasso, sendo presos quase duas centenas de militares - oficiais, sargentos e praças - entre os quais o tenente-coronel João de Almeida Bruno, majores Manuel Monge e António Casanova Ferreira e capitães Marques Ramos e Virgílio Varela. Constituiu, segundo alguns dos elementos do MFA (ver " Alvorada em Abril" de Otelo Saraiva de Carvalho e "Vasco Lourenço: do interior da Revolução", de Vasco Lourenço), um importante balão de ensaio para o 25 de Abril.


Sobre a revolta das Caldas da Rainha, efetuada a 16 de março de 1974, subsistem algumas contradições: Fernando Rosas considera que “ … foi a maneira da generalidade das unidades militares demonstrarem a sua repulsa contra a submissão das Forças Armadas simbolizada pela cerimónia de 14 de Março em que a chamada “Brigada do Reumático” foi jurar fidelidade ao regime”; por seu lado, o coronel Vasco Lourenço ( Coordenadora do MFA) considera que o 16 de Março foi feito "dentro do movimento", com o "total" envolvimento de Otelo Saraiva de Carvalho, apoiado em alguns oficiais da ala spinolista”.


Recorda agora, a nota oficial, publicada na imprensa, na qual o regime Fascista anunciava a sua vitória sobre a falhada tentativa de golpe.

«Na madrugada de sexta-feira para sábado, alguns oficiais em serviço no Regimento de Infantaria 5, aquartelado nas Caldas da Rainha, capitaneados por outros que nele se introduziram, insubordinaram-se, prendendo o comandante, o segundo comandante e três majores e fazendo em seguida sair uma Companhia auto transportada que tomou a direcção de Lisboa.
O Governo tinha já conhecimento de que se preparava um movimento de características e finalidades mal definidas, e fácil foi verificar que as tentativas realizadas por alguns elementos para sublevar outras Unidades não tinham tido êxito.
Para interceptar  a marcha da coluna vinda das Caldas foram imediatamente colocadas à entrada de Lisboa forças de Artilharia 1, de Cavalaria 7 e da GNR. Ao chegar perto do local onde estas forças estavam dispostas e verificando que na cidade não tinha qualquer apoio, a coluna rebelde inverteu a marcha e regressou ao quartel das Caldas da Rainha, que foi imediatamente cercado por Unidades da Região Militar de Tomar. Após terem recebido a intimação para se entregarem, os oficiais insubordinados renderam-se sem resistência, tendo imediatamente o quartel sido ocupado pelas forças fiéis, e restabelecendo-se logo o comando legítimo.
Reina a ordem em todo o País».

3 comentários:

Renee disse...

Queria felicitar Armando Marques Ramos mais Nao tenho o seu e mail o enderecao .. So francese amiga

Renee disse...

O peu mail : quairerenee@free.fr (Renee Lefèvre et Janine )

Unknown disse...

Sr. Armando, I'm back in Portugal after several years in Spain, would love to talk to you to catch up! kind regards, Simon Harris (info@europeanwidetranslationsltd.com)

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