Há 40 anos, após meses de tensão, Portugal viveu uma nova
tentativa de golpe de Estado.
Ainda hoje o 11 de Março de 1975, é alvo de inúmera
polémica: aqueles que o consideram como um golpe preparado pelas forças afectas
ao General Spínola e que após o fracasso da manifestação da “Maioria Silenciosa”,
sentem o país a guinarem à esquerda; aqueles que dizem que o golpe não passou
de uma manobra provocada por forças de esquerda, tendentes a eliminarem o
perigo de um movimento contra-revolucionário, que criasse em Portugal as
condições necessárias para uma viragem à direita.
Entre o 28 de Setembro de 1974 e o 11 de Março de 1975,vemos
Portugal e o MFA divididos em 2 correntes: a que lutavam pela criação de uma
sociedade democrática de base parlamentar e a que pugnava pela revolução
socialista de base popular, sob a alçada dos militares
No início de Março de 1975, circulou por todo o país o boato
de que o Partido Comunista Português e os militares mais radicais do COPCON e
da 5ª Divisão, iriam proceder à eliminação de dezenas de militares e civis de
direita, cujos nomes constavam duma lista tornada famosa: a “matança da
Páscoa”.
Com base nestas informações (lembramos que em 2010 aquando da sua
presença em Briteiros, Otelo Saraiva de Carvalho disse desconhecer a existência
dessa lista), militares afectos ao general Spínola, no dia 11 de Março de 1975,
levaram a efeito uma tentativa de golpe de estado. No entanto, o movimento
desencadeado por tropas pára-quedistas ficou-se pelo ataque ao RAL1, donde
resultou uma vítima mortal e doze feridos, dos quais dois eram civis. No
seguimento dos acontecimentos do 11 de Março, Spínola e os oficiais implicados
no golpe foram demitidos e fugiram para Espanha, deixando o caminho aberto aos
sectores mais radicais do MFA. A Junta de Salvação Nacional e o Conselho de
Estado foram substituídos pelo Conselho da Revolução, que se manteve como órgão
de soberania até 1982. Foram então decretadas as nacionalizações da banca e dos
seguros.
0 comentários:
Enviar um comentário