Retomamos hoje a rubrica "Leituras em dia", com duas novas propostas, diametralmente opostas no conteúdo e nas figuras analisadas.
A 3 de Janeiro de 1960 dez homens, entre eles Álvaro Cunhal, evadiram-se do Forte de Peniche. A fuga, uma das mais importantes e espectaculares do Portugal salazarista, só foi possível graças a um homem, Jorge Alves. Soldado da GNR, Jorge Alves era um homem simples, sem filiação política, mas cansado de um Portugal amordaçado e revoltado com a hierarquia militar à qual pertencia.
Em "A Porta para a Liberdade", o jornalista Pedro Prostes da Fonseca , numa edição da "Matéria Prima", conta-nos a história do soldado cujo acto mudou a história do Partido Comunista Português (PCP) e, por arrasto, da luta antifascista. O livro revela ainda FACTOS INÉDITOS sobre a evasão do Forte de Peniche
A 2.ª proposta de leitura é o da obra "Marcelo Caetano - Tempos de Transição", com organização de Rui Ramos e Manuel Braga
Da Cruz, lançado pela Porto Editora.
O livro recolhe os depoimentos prestados durante o ciclo de debates, "Tempos de Transição", realizado entre Setembro de 2008 e Janeiro de 2009, em
Lisboa.
O objectivo foi
suscitar os testemunhos de protagonistas e contemporâneos da governação de
Marcelo Caetano entre 1968 e 1974, procurando ser o mais abrangente possível.
Assim, foram recolhidos e discutidos depoimentos sobre a personalidade e a
intimidade de Marcelo Caetano (Ana Maria Caetano, Pedro Feytor Pinto e Marcelo
Rebelo de Sousa), e sobre a vida política da época, especialmente no que diz
respeito à Ala Liberal (João Salgueiro, Elmano Alves, José Luís Nogueira de
Brito, João Bosco Mota Amaral e Francisco Pinto Balsemão), ao Ultramar
(Abdool Karim Vakil, Walter Marques, Abel Couto, José Capela e Fernando Amaro
Monteiro) e à diplomacia (Rui Patrício, José Manuel Villas-Boas e Luiz Figueira). Foram registadas ainda as críticas,
dissidências e oposições suscitadas pelo Governo de Marcelo Caetano (Zita
Seabra, António Reis e José Miguel Júdice).
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