Após meses de tensão,
Portugal viveu uma nova tentativa de golpe de
Estado a 11 de Março de 1975, em pleno processo revolucionário em curso (PREC).
Ainda hoje o 11 de Março de 1975, é alvo
de inúmera polémica: aqueles que o consideram como um golpe preparado pelas
forças afetas ao General Spínola e
que após o fracasso da manifestação da “Maioria Silenciosa”, sentem o país a
guinarem à esquerda; aqueles que dizem que o golpe não passou de uma manobra
provocada por forças de esquerda, tendentes a eliminarem o perigo de um
movimento contra-revolucionário, que criasse em Portugal as condições
necessárias para uma viragem à direita.
Entre o 28 de Setembro de 1974 e o 11 de Março de 1975,vemos
Portugal e o MFA divididos em 2 correntes: a que
lutavam pela criação de uma sociedade democrática de base parlamentar e a que
pugnava pela revolução socialista de base popular, sob a alçada dos militares.
No início de Março de 1975, circulou por todo o país o boato de
que o Partido Comunista Português e os militares mais radicais do COPCON e da
5ª Divisão, iriam proceder à eliminação de dezenas de militares e civis de
direita, cujos nomes constavam duma lista tornada famosa: a “matança da
Páscoa”.Com base nestas informações (relembramos que
em 2010/11/12 aquando da sua presença em atividades promovidas pelo NE25A, Otelo
Saraiva de Carvalho disse desconhecer a existência dessa lista),
militares afetos ao general Spínola, no dia 11 de Março de 1975, levaram a
efeito uma tentativa de golpe de estado. No entanto, o movimento desencadeado
por tropas pára-quedistas ficou-se pelo ataque ao RAL1, donde resultou uma
vítima mortal e doze feridos, dos quais dois eram civis. No seguimento dos
acontecimentos do 11 de Março, Spínola e os oficiais implicados no golpe foram
demitidos e fugiram para Espanha, deixando o caminho aberto aos sectores mais
radicais do MFA. A Junta de Salvação Nacional e o Conselho de Estado foram
substituídos pelo Conselho da Revolução, que se
manteve como órgão de soberania até 1982. Foram então decretadas as
nacionalizações da banca e dos seguros.
Visualiza agora, uma das situações mais emblemáticas do 11 de Março (o ataque de paraquedistas ao RAL 1 testemunhado pelo jornalista Adelino Gomes):
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