Relembramos os atentados de 11 de Março de 2004 nos comboios
suburbanos da linha de Alcalá de Henares, em Madrid, nos quais qual morreram
191 pessoas e 1857 ficaram feridas.
Segundo uma investigação feita por Fernando Reinares,
investigador e catedrático de Ciência Política e de Estudos de Segurança. ,
estes atentados foram planeados em Dezembro de 2001 no Paquistão e surgiram
como resposta da Al Qaeda à acção da
polícia espanhola, que permitiu a desarticulação de uma rede da organização
laboriosamente montada em 1994 e dirigida, até à sua prisão, sete anos depois,
pelo sírio Eddin Barakat Yar Kas, aliás Abu Dahdah.
Na chacina de Atocha, participaram elementos da célula de
Abu Dahdad que escaparam à prisão e indivíduos relacionados com o Grupo
Islâmico Combatente Marroquino (GICM), que em 2002 decidiu actuar em países
europeus onde residiam os seus membros. Finalmente, foram também adstritos
delinquentes magrebinos residentes no bairro madrileno de Lavapiés com práticas
jihadistas de radicalismo bem conhecidas nos primeiros anos da década passada
nalgumas mesquitas de Madrid. Foi a conjugação destas três componentes, num
total de 30 elementos, que montou o mais grave atentado de Espanha e um dos
mais mortíferos da Europa.
Conclui-se assim que o atentado nada teve a ver, com o envolvimento de
Espanha na cimeira das Lajes e na guerra do Iraque, factos posteriores à
decisão de atacar tomada em Dezembro de 2001. No entanto, a reunião dos Açores e
a presença militar espanhola ao lado dos Estados Unidos e Grã-Bretanha foi um
alibi para os radicais residentes em território espanhol.
De realçar o facto de que o
atentado se ter verificado três
dias antes das as eleições gerais que acabariam por dar a vitória ao socialista
José Luís Rodriguez Zapatero.
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