terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Opinião... A qualidade da Escola Pública ( para quem é de fora!)

O "Opinião", é um  espaço de divulgação de textos que mostrem a liberdade nas suas diferentes matizes. Este espaço é da responsabilidade dos autores de cada texto, estando o NE25A aberto à publicação de textos que nos queiram enviar (obedecendo às regras de uma cidadania responsável e democrática).


O de hoje é da responsabilidade de Amadeu Faria, professor de História, do Agrupamento de Escolas de Briteiros.

"Sinceramente, é de ficar pasmado! Como profissional da educação e do ensino na e da escola pública, habituei-me a conviver com um pouco de tudo: com as dificuldades de quem ensina, com as virtudes de quem aprende, com a legislação sufocante e errática, com a necessidade de todas as equipas ministeriais "ficarem" para a posteridade, com a hipocrisia de muitos dos integrantes de todos os partidos políticos. Desde há 3 anos a esta parte e com o bombardeamento constante a que todos somos sujeitos que nos quer fazer crer que a Escola Pública é gastadora, incompetente e baixa qualidade, resolvi fazer um "reset": a partir daí, só tomaria em conta dados concretos feitos por entidades independentes, que aferissem da qualidade, ou falta dela, da Escola Pública. Há 1 ano fiquei pasmado: ouvi a professora Ariana Cosme  no seminário "Cidadanias", desmistificar, destruir e implodir ( palavra tão ao gosto de alguns ministeriáveis), as mistificações que se constroem acerca da Escola Pública. Esta destruição maciça feita pela Ariana Cosme, baseou-se num conjunto de dados concretos, matemáticos ou aritméticos, vindos de estudos tão insuspeitos como o "PIRLS", o "TIMSS" ou o "PISA 2009", que mostraram a todos aqueles que a ouviram, a manifesta "má-fé" de quem quer passar a mensagem da inutilidade da Escola Pública (a não ser para promover a assistencialidade dos que não puderem frequentar os tão proclamados "tops" da educação) -aproveito para aconselhar a noticia publicada neste blogue a 22 de abril de 2013.

Se a Ariana Cosme me esclareceu e se estes dados não são segredo para ninguém ( tendo até sido utilizados em artigos na comunicação social), porque fico então pasmado?
O quadro seguinte esclarece (fonte: jornal Público do dia 3 de novembro de 2013)


Segundo o "PISA 2012", fomos só o país que mais diminuiu o "hiato"entre alunos piores e melhores ( mesmo com 20% dos alunos avaliados correspondendo a grupos desfavorecidos); em 2012,alcançamos países como o Luxemburgo, os Estados Unidos, a República Checa, a França, a Suécia, a Hungria, a Espanha, a Islândia e a Noruega (estávamos atrás em 2003); conseguimos ser um dos países que mais reduziu o número de  alunos que se saem muito mal neste tipo de testes de literacia e aumentamos o número dos jovens que se destacam muito pelo positiva (chamam-lhes os "Top performers").
Assim, peço: deixem-se de "tretas", digam o que pretendem e auscultem verdadeiramente os portugueses. Se não quiserem fazer isto peço-vos, com uma certa ironia: "deixem-nos trabalhar!"

Amadeu Faria, professor de História, QA do Agrupamento de Briteiros



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