sexta-feira, 10 de maio de 2013

Empresas e empresários: que papel na resolução da crise?


Deixamos testemunho de mais uma iniciativa da turma de Educação e Formação de Adultos ( B3), da EB 2/3 de Briteiros. Após o convite feito ao dirigente sindical Joaquim Daniel (USB), para participar num debate sobre emprego e desemprego, agora foi  o convite  a dois empresários da área do AEB: Américo Freitas e Dionísio Ribeiro. Estes dois empresários (um da área avícola e outro da área da construção civil), expuseram, perante a turma, as ideias e anseios que fazem parte do dia a dia. Assim, Américo Freitas, fez uma breve retrospectiva sobre os conceitos de emprego e trabalho e evolução destes conceitos; alertou para a mudança de paradigmas como o do “emprego para toda a vida” e a polivalência de funções; defendeu a existência de bancos de horas; verberou a enorme burocracia do Estado que dificulta a vida das empresas; analisou os níveis do sector avícola,quase na falência, em virtude da obrigatoriedade de investimento e concorrência desleal com produção europeia deslocalizada – Alemanha/Ucrânia, a par de alguns extremismos a nível ambiental, baseados numa enorme subserviência em particular da UE aos interesses alemães. Considerou ainda, como exemplo de boa medida politica, o IVA em caixa para empresas que faturem até 500 mil € e alertou para a obrigatoriedade de se acabar com o caminho construído com base na espiral recessiva. 
Dionísio Ribeiro, considerou que nunca passamos crises como esta (nem a dos anos 80 foi tão terrível), culpando os  maus governos após Abril e a politica lançada pela UE que nos acenou com milhões que nos prejudicaram em virtude de maus investimentos (fim das pescas, fim da agricultura e da industria); elogiou a qualidade dos trabalhadores portugueses, mas para se ter trabalhador motivado defendeu que o empresário deve pagar mais do que o que está na lei, dialogando sempre com os trabalhadores. Criticou a falta de consciência social de muitos empresários e a defesa da política de baixos salários; defendeu com veemência a concertação dentro da empresa.Revelou ainda que no ramo da construção civil, há uma quebra de 80% da produção. Deixou-nos também com um frase identificativa do que se vive hoje em dia: "o que me preocupa mais é o silêncio do restaurante, o silêncio das gruas, o silêncio dos camiões". Realçou mais uma vez a qualidade da formação dada pelo sistema de educação mas a seguir vem a desilusão de não serem aproveitados para o nosso país; fez uma critica feroz relativamente à subjugação aos interesses alemães e aos domínios financeiros revelando a suaenorme preocupação com o futuro.

A todos quantos colaboraram nesta iniciativa, o NE25A envia os mais sinceros parabéns.

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