Helena
Cidade Moura, responsável pela maior campanha de alfabetização organizada em
Portugal no pós-25 de Abril, faleceu na sexta-feira, aos 88 anos.
Tendo
sido uma das mais importantes oposicionistas ao Estado Novo, foi presidente do
Centro Nacional de Cultura em 1961, subscreveu manifestos importantes como por exemplo,
um longo texto de 101 católicos, em 1965, e todos os protestos contra o
encerramento da cooperativa Pragma, em 1967. Acompanhou mais de 400 cursos de
alfabetização após a Revolução dos Cravos, foi deputada na Iª, IIª e IIIª
legislaturas, à Assembleia da República, dirigente do MDP/CDE e activista da “Civitas”,
tendo uma vida dedicada à batalha pela literacia e pela liberdade.
Publicou
várias obras, das quais destacamos o “Manual da Alfabetização”.

No dia 22 de Julho, faleceu o
antifascista e antigo dirigente do PCP, Pedro Ramos de Almeida.
Da luta travada por Ramos de Almeida, deixamos o
depoimento de Virgínia Moura sobre a prisão em 1954 de dezenas de jovens do
MUD: “Usou-se e abusou-se da violência, batendo em alguns, obrigando outros a
fazer estátua durante dias consecutivos, longos períodos de incomunicabilidade,
enclausuramento em segredos, internamentos no Conde Ferreira (hospital
psiquiátrico de então, no Porto), transferência de jovens para Caxias, e muito
concretamente, entre outros, foram vítimas de violência os arguidos Pedro Ramos
de Almeida (22 anos, estudante de Direito de Lisboa), sete dias e sete noites
sem dormir e dois (leia-se quatro) meses de segredo”.
Condenado a
quatro anos de prisão, Pedro Ramos de Almeida fugirá do Forte de Peniche em
1961. Partiu depois para o exílio. Em 1962 viveu em Praga, como dirigente do
PCP, representando o partido junto de revistas internacionais dos partidos
comunistas. Muda-se, depois, para Argel, ao serviço do PCP, onde ficará cinco
anos, dirigindo a rádio Voz da Liberdade, uma emissora de combate à
ditadura que emitia para Lisboa a partir de Argel.
Regressa a Portugal em 1971 depois de ter obtido a
garantia, através do seu padrasto Fernando Abranches Ferrão, de que não haveria
processos contra ele.
Começa a militar na CDE e quando chegou o 25 de Abril
tornou-se militante do MDP-CDE, de que foi dirigente. Entre os muitos livros
que escreveu, destacam-se a "História do Colonialismo Português" e o "Dicionário
Político de Mário Soares".
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