sábado, 11 de julho de 2015

11 de julho de 1995... o inicio do massacre



Recordamos hoje, o genocídio da população  masculina muçulmana de Srebrenica, ocorrida entre os dias 12 e 25 de julho de 1995.
No seguimento da guerra que estalou entre as nações da antiga Jugoslávia , até 8 mil homens e jovens muçulmanos foram sistematicamente exterminados em Srebrenica, então sob a fraca proteção de soldados holandeses das forças de paz da ONU, no que foi descrito pelo tribunal de crimes de guerra da ONU como "o triunfo do mal".
Em 1995, a cidade de Srebrenica havia sido designada pela ONU como "área segura". Posteriormente ao massacre, um juiz do TPI de Haia descreveu o que ocorreu na cidade como "verdadeiras cenas do inferno escritas nas páginas mais macabras da história humana".
Milhares de civis - na maioria muçulmanos bósnios - tinham buscado refúgio em Srebrenica para escapar de outras ofensivas sérvias no nordeste da Bósnia, sob proteção de apenas 100 mal equipados holandeses das forças de paz da ONU.
As forças sérvias bombardearam Srebrenica de 6 a 11 de julho, antes de entrarem na cidade acompanhadas de equipes de filmagem. No dia seguinte, mulheres e crianças foram separadas dos homens e colocadas em autocarros,conforme as gravações efectuadas pela televisão Sérvia. Os homens e jovens e até algumas crianças foram separados "para interrogatório por suspeitas de crimes de guerra". Com pedidos de reforços negados, os holandeses das forças de paz foram forçados a testemunhar a execução dos civis enquanto as tropas sérvias agiam com o objetivo de "limpeza étnica". Nos dias anteriores ao ataque, 30 mil muçulmanos que fugiam do avanço do Exército sérvio lotaram a cidade. Depois do massacre, não havia restado nenhum muçulmano.
Um grande número escapou, mas os que ficaram enfrentaram o pior. Milhares de homens e , jovens e crianças com idades de 10 a 77 anos foram cercados e assassinados. Aqueles que se tentaram  esconder, de acordo com as evidências apresentadas no julgamento do general sérvio Radislav Krstic em Haia em 2000, "caçados como cães e massacrados. O  ex-comandante servo-bósnio Ratko Mladic é acusado de genocídio, e Srebrenica considerada a maior atrocidade cometida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.  "Presenteamos a Srebrenica sérvia ao povo sérvio. Chegou o momento de vingar os 'turcos' (nome depreciativo para os muçulmanos bósnios)", disse Mladic em Srebrenica, em palavras registadas então pelos repórteres de rádio e televisão.
Mais de 60 camiões com os refugiados saíram de Srebrenica para locais de execução onde foram vendados, tiveram as mãos atadas e foram mortos por disparos de armas automáticas. Algumas das execuções foram feitas à noite sob a luz de refletores. Posteriormente, escavadoras industriais empurraram os corpos para valas comuns. Alguns foram enterrados vivos, havendo provas de que as forças sérvias mataram e torturaram os refugiados à vontade. Muitos suicidaram-se para evitar que seus narizes, lábios e orelhas fossem cortados.
Há também relatos de adultos que foram forçados a matar seus filhos ou assistir aos soldados porem fim à vida de crianças.
Os principais responsáveis por este massacre, os líderes político e militar dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic e Ratko Mladic, estão atualmente a serem julgados por genocídio pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia em  Haia (TPI).

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