segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

150 anos com História - Diário de Noticias 1864 - 2014

Fundado em 1864, pelo jornalista e escritor Eduardo Coelho e pelo industrial tipográfico Tomás Quintino Antunes, o "Diário de Noticias" enveredou pelo  caminho da implementação e consolidação do jornal praticando um jornalismo moderno, informativo e independente, com a introdução de dois novos géneros jornalísticos: o editorial e a grande reportagem. Num editorial publicado logo no primeiro número, da autoria de Eduardo Coelho (1.º director), este explicava que o objectivo do jornal era interessar a todas as classes, ser acessível a todas as bolsas e compreensível a todas as inteligências. O Diário de Notícias, que custava dez réis, propunha-se publicar notícias de todos os dias, de todos os países e de todas as especialidades. Podemos considerar como alguns dos momentos mais marcantes dos jornal, a data 1907 quando Alfredo Cunha sentiu-se incomodado com a censura que lhe era imposta pelo político João Franco e como forma de protesto resolveu retirar o seu nome do cabeçalho do jornal


7 de fevereiro de 1927, o DN publica um suplemento que apoiava o movimento para a restauração do regime democrático e quem colaborou neste trabalho acabou por ser alvo de represálias; em 1930 com a publicação de uma entrevista feita por António Ferro a Adolf Hitler.



A seguir à Revolução do 25 de abril de 1974 o jornal foi nacionalizado. Após várias cisões internas, a direcção ficou entregue a elementos afectos à esquerda, entre os quais o escritor José Saramago.


Em 1991, o DN voltou a ser privatizado e, no ano seguinte, já nas mãos do grupo Lusomundo, apresentou um novo grafismo, com recurso às cores na primeira página. Com Mário Bettencourt de Resendes na direção, o periódico manteve o seu estatuto de jornal de referência a nível nacional. A aposta na imagem foi muito forte e da responsabilidade do publicitário brasileiro Edson Athayde, membro da administração. Em 2005, enfim, o Grupo Controlinveste - Global Media Group -  adquiriu a Lusomundo Serviços.


O atual diretor do DN André Macedo, afirmou que “…os desafios que o DN enfrenta são muitos, mas não diferem dos outros jornais do mercado. O facto de termos 150 anos torna apenas mais urgente que se faça algo porque a herança tem uma parte boa - que é todo o seu património histórico - mas também outra mais complicada: o jornal envelheceu e precisa de se reformular rapidamente…”

Foram muitos e importantes os intelectuais que contribuíram para a história do Diário de Notícias. Escritores de renome colaboraram no DN no século XIX, como Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e Pinheiro Chagas, além do poeta Cesário Verde, que se estreou com poesias publicadas neste jornal em 1873. Também Joaquim de Seabra Pessoa, pai de Fernando Pessoa, foi colaborador do jornal, destacando-se as suas críticas musicais. De assinalar as participações de nomes como os de de Mesquita, Eduardo de Noronha, Rocha Martins, João Ameal, os artistas Stuart Carvalhais e Alfredo Roque Gameiro, Fernanda de Castro, o crítico João Gaspar Simões, Herberto Helder, Luís Pacheco, José Saramago (director-adjunto durante o Verão Quente de 1975), José António Saraiva, Maria Teresa Horta, Maria Alberta Menéres, Alice Vieira, Vasco Pulido Valente, Mário de Carvalho, entre muitos outros.

A todos quantos fizeram esta referência do jornalismo português... Parabéns!
 


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