A propósito do lançamento da nova obra de Maria Teresa Horta ( vencedora do prémio D. Dinis em 2012), intitulada " As palavras do corpo - antologia da poesia erótica", relembramos o impacto que a obra " Novas Cartas Portuguesas" teve no ano de 1971.
Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa ( as 3 Três Marias como ficaram conhecidas), lançaram em 1971 a obra " Novas Cartas Portuguesas". A obra está entre os textos mais inovadores do século XX, desestabilizando e questionando noções convencionais como as de autoria, autoridade e género literário.O livro, composto por 120 textos (incluindo cartas, poemas, relatórios, textos narrativos, ensaios e citações), foi escrito colectivamente pelas três autoras, que, no entanto, não assinam individualmente qualquer um desses mesmos textos. Nele se abordam questões como a feminilização da pobreza, a a violência, a descriminação, a ausência de liberdade, etc.
Num país dominado pela ditadura fascista, esta obra provocou um terramoto com consequênciasinternacionais: a apreensão da obra e instauração de um processo às " Três Marias",provocou uma onda internacional de apoio inédita na história da literatura portuguesa, tendo os protestos e as manifestações em prol da causa das “Três Marias”, como viria a ficar conhecido o processo, atingido proporções inimagináveis; desde a cobertura do julgamento feita pelos meios de comunicação internacionais (The Times, Le Nouvel Observateur, CNN, etc.), até às manifestações feministas em várias embaixadas de Portugal no estrangeiro, passando ainda pela defesa pública da obra e das autoras levada a cabo por nomes como Simone de Beauvoir, Marguerite Duras, Doris Lessing, Iris Murdoch ou Stephen Spender, foram várias as acções que fizeram com que este caso fosse votado, numa conferência patrocinada pela National Organization for Women (NOW), como a “primeira causa feminista internacional”.
Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa ( as 3 Três Marias como ficaram conhecidas), lançaram em 1971 a obra " Novas Cartas Portuguesas". A obra está entre os textos mais inovadores do século XX, desestabilizando e questionando noções convencionais como as de autoria, autoridade e género literário.O livro, composto por 120 textos (incluindo cartas, poemas, relatórios, textos narrativos, ensaios e citações), foi escrito colectivamente pelas três autoras, que, no entanto, não assinam individualmente qualquer um desses mesmos textos. Nele se abordam questões como a feminilização da pobreza, a a violência, a descriminação, a ausência de liberdade, etc.
Num país dominado pela ditadura fascista, esta obra provocou um terramoto com consequênciasinternacionais: a apreensão da obra e instauração de um processo às " Três Marias",provocou uma onda internacional de apoio inédita na história da literatura portuguesa, tendo os protestos e as manifestações em prol da causa das “Três Marias”, como viria a ficar conhecido o processo, atingido proporções inimagináveis; desde a cobertura do julgamento feita pelos meios de comunicação internacionais (The Times, Le Nouvel Observateur, CNN, etc.), até às manifestações feministas em várias embaixadas de Portugal no estrangeiro, passando ainda pela defesa pública da obra e das autoras levada a cabo por nomes como Simone de Beauvoir, Marguerite Duras, Doris Lessing, Iris Murdoch ou Stephen Spender, foram várias as acções que fizeram com que este caso fosse votado, numa conferência patrocinada pela National Organization for Women (NOW), como a “primeira causa feminista internacional”.
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