De Isabel Freire, editado pela "Esfera dos Livros",
aconselhamos a leitura do livro “Amor e sexo no tempo de Salazar”.
Um livro que nos relata a viagem ao tempo em que o beijo era o mais
perigoso dos delitos e as infidelidades corriam o risco de ser expostas nos
sermões das missas. Este relato é feito com base nos relatos secretos de 12
homens e mulheres que hoje têm entre 70 e 90 anos, apimentados com documentos,
revistas e jornais da época.
"Nos "dourados" anos 50, cabia ao homem
governar a família e à mulher ser simultaneamente esposa, mãe e fada do lar. É
a mesma época em que nenhum homem de boa moral ousaria casar com uma
"galdéria" ou fazer com a esposa o que fazia fora de casa com outra
mulher.
A mulher deveria ser perfeita. Uma dona de casa exemplar,
sempre atenta ao marido e aos filhos, esmerada nas artes da cozinha e do
bordado, com comportamento aprumado e decente. Nos anos 50, e sobre o olhar atento,
conservador e católico de António de Oliveira Salazar, timoneiro de um Estado
Novo repressor, o amor e o sexo eram temas tabus, a que se devia dar pouca
importância. Prevalecia a moral e os bons costumes. Um mundo recheado de
valores puritanos, de vexame, opressão, tirania e recalcamento, para todos os
gostos e para ambos os sexos, mas sobretudo para o feminino. Durante esta
década, os direitos das mulheres portuguesas foram abafados, circunscritos,
diminuídos. Forçadas à submissão de género, à dependência económica e afetiva,
bem como ao apagamento sexual. “
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