Fundado em
1864, pelo jornalista e escritor Eduardo Coelho e pelo industrial tipográfico
Tomás Quintino Antunes, o "Diário de Noticias" enveredou pelo caminho da implementação
e consolidação do jornal praticando um jornalismo moderno, informativo e
independente, com a introdução de dois novos géneros jornalísticos: o editorial
e a grande reportagem. Num editorial publicado
logo no primeiro número, da autoria de Eduardo Coelho (1.º director), este
explicava que o objectivo do jornal era interessar a todas as classes, ser
acessível a todas as bolsas e compreensível a todas as inteligências. O Diário de Notícias, que custava dez réis, propunha-se publicar
notícias de todos os dias, de todos os países e de todas as especialidades. Podemos
considerar como alguns dos momentos mais marcantes dos jornal, a data 1907
quando Alfredo Cunha sentiu-se incomodado com a censura que lhe era imposta
pelo político João Franco e como forma de protesto resolveu retirar o seu nome
do cabeçalho do jornal
7 de fevereiro
de 1927, o DN publica um suplemento que apoiava o movimento para a restauração
do regime democrático e quem colaborou neste trabalho acabou por ser alvo de
represálias; em 1930 com a publicação de uma entrevista feita por António
Ferro a Adolf Hitler.
A seguir
à Revolução do 25 de abril de 1974 o jornal foi nacionalizado. Após várias cisões
internas, a direcção ficou entregue a elementos afectos à esquerda, entre os
quais o escritor José Saramago.
Em 1991, o DN voltou a ser privatizado e, no ano
seguinte, já nas mãos do grupo Lusomundo, apresentou um novo grafismo, com
recurso às cores na primeira página. Com Mário Bettencourt de Resendes na
direção, o periódico manteve o seu estatuto de jornal de referência a nível
nacional. A aposta na imagem foi muito forte e da responsabilidade do
publicitário brasileiro Edson Athayde, membro da administração. Em 2005,
enfim, o Grupo Controlinveste - Global Media Group - adquiriu a Lusomundo Serviços.
O atual diretor do DN André Macedo, afirmou que “…os
desafios que o DN enfrenta são muitos, mas não diferem dos outros jornais do
mercado. O facto de termos 150 anos torna apenas mais urgente que se faça algo
porque a herança tem uma parte boa - que é todo o seu património histórico -
mas também outra mais complicada: o jornal envelheceu e precisa de se
reformular rapidamente…”
Foram muitos e importantes os intelectuais que
contribuíram para a história do Diário de Notícias. Escritores de renome
colaboraram no DN no século XIX, como Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e
Pinheiro Chagas, além do poeta Cesário Verde, que se estreou com poesias
publicadas neste jornal em 1873. Também Joaquim de Seabra Pessoa, pai de
Fernando Pessoa, foi colaborador do jornal, destacando-se as suas críticas
musicais. De assinalar as participações de nomes como os de de Mesquita,
Eduardo de Noronha, Rocha Martins, João Ameal, os artistas Stuart Carvalhais e
Alfredo Roque Gameiro, Fernanda de Castro, o crítico João Gaspar Simões,
Herberto Helder, Luís Pacheco, José Saramago (director-adjunto durante o Verão
Quente de 1975), José António Saraiva, Maria Teresa Horta, Maria Alberta
Menéres, Alice Vieira, Vasco Pulido Valente, Mário de Carvalho, entre muitos outros.
A todos quantos fizeram esta referência do jornalismo português... Parabéns!