sábado, 31 de janeiro de 2015

124 anos depois recordamos... 31 de Janeiro de 1891


Relembramos hoje o 31 de Janeiro de 1891,"O mais luminoso e viril movimento de emancipação que ainda sacudiu Portugal no último século" , assim definiu João Chagas. Há 124 anos deu-se a primeira grande tentativa republicana de derrube da monarquia, tendo por epicentro a cidade do Porto.
Dezenas de soldados da cavalaria, infantaria, caçadores e guarda-fiscal da capital nortenha que, a partir das duas horas dessa madrugada de há 124 anos, e ao som de A Portuguesa avançaram para o centro da cidade, acompanhados por numerosos populares, viram frustados, no cimo da Rua de santo António, (dirigiam-se à Praça da Batalha, com o objectivo de tomar a estação de Correios e Telégrafos), o sonho da vitória. O tiroteio implacável da guarda municipal, instalada nas escadarias da igreja de Santo Ildefonso, travou a marcha revolucionária, causando 12 mortos e 40 feridos, entre civis e militares.

Os revoltosos seriam rápida e friamente julgados e condenados a bordo de navios de guerra, ao largo de Leixões. Para além de civis, foram julgados 505 militares. Seriam condenados a penas entre 18 meses e 15 anos de prisão mais de duzentas pessoas. Em memória do levantamento, a rua onde tombaram os mártires seria rebaptizada, duas décadas depois, para Rua de 31 de Janeiro.


Cerca de dois meses antes do 31 de Janeiro, Teófilo Braga escrevia a Santos Cardoso e, invocando a façanha dos dirigentes portuenses na Revolução Liberal de 1820, mostrava-se convicto de que a revolução iria triunfar no Porto. "Se estivermos à espera do levantamento de Lisboa - dizia o futuro primeiro chefe de um governo republicano - nunca ele virá, porque esta gente aqui é timorata e cheia de conveniências, tem medo da polícia, da guarda municipal (...) além disso, os dirigentes são elementos velhos que tudo empatam. A revolução do Porto é que pode acordar esta gente...".
Semente e batalha inicial de um longo combate até à vitória de Outubro de 1910, o movimento cívico e político nortenho, liderado por destacados republicanos como sampaio Bruno, Basílio Teles e João Chagas, cresceu rapidamente por força da grave crise económica e financeira e do profundo descontentamento popular perante as cedências do Governo e do Rei ao ultimato de 1890, que reclamava todo o território africano entre Angola e Moçambique.
O ambiente de exaltação revolucionária e patriótica no Porto foi exemplarmente traduzido pela Liga Patriótica do Norte, fundada a 26 de janeiro de 1890, logo a seguir ao ultimato. Presidida - a convite do monárquico Luís de Magalhães - pelo prestigiado poeta e socialista Antero de Quental, então radicado em Vila do Conde, a LPN reunia monárquicos e republicanos, irmanados no repúdio ao ultraje inglês e na ambição de recuperação de um país mergulhado em grave crise política, económica e social.
Portugal - proclama Antero - expia com a amargura deste momento de humilhação e ansiedade de quarenta anos de egoísmo, de imprevidência e de relaxamento dos costumes políticos, quarenta anos de paz profunda que uma sorte raríssima nos concedeu e que só soubemos malbaratar na intriga, na vaidade, no gozo material, em vez de os aproveitar no trabalho, na reforma das instituições e no progresso das ideias".
Para o grande poeta –Antero de Quental que após o fracasso do 31 de Janeiro regressa aos Açores, suicidando-se em Setembro de 1891 - o maior inimigo não era o inglês- remoque relativo ao Ultimato de 1890: " Somos nós mesmo, e só um falso patriotismo, falso e criminosamente vaidoso, pode afirmar o contrário. Declamar contra a Inglaterra é fácil: emendar os defeitos da nossa vida nacional será mais difícil (...) Portugal, ou se reformará, política, intelectual e moralmente, ou deixará de existir. Mas a reforma, para ser efectiva e fecunda, deve partir de dentro, do mais fundo do nosso ser colectivo: deve ser antes de tudo uma reforma dos sentimentos e dos costumes. enganam-se os que julgam garantir o futuro e assegurar a nacionalidade com meios exteriores e materiais, com armamentos e alarde de força militar ".


Mais directo, Guerra Junqueiro, outro grande poeta e militante da causa revolucionária, lança o desafio: "A revolução impõe-se. Hoje, quem diz pátria, diz república. Não uma república doutrinária, estupidamente jacobina, mas uma república larga, franca, nacional, onde caibam todos."

Dezanove anos depois, a república fez-se. 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Aconselhamos... "A frágil demografia europeia. A busca de uma política"

O Grupo de História das Populações (CITCEM) e a Sociedade Martins Sarmento promovem, no próximo dia 5 de Fevereiro, a conferência «A frágil demografia europeia. A busca de uma política», tendo como orador Massimo Livi Bacci (Professor Emérito de Demografia na Universidade de Florença)
A sessão está marcada para as 18h00, no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento.
Esta conferência está inserida no Seminário Internacional «Família e Fecundidade», dinamizada pela Universidade do Minho em colaboração com o CITCEM/U.Porto, a ADEH - Associação de Demografia Histórica e a Associação Portuguesa de Demografia, e prossegue o objectivo de aproximar a Universidade da comunidade em que se insere, promovendo um evento público num espaço central da cidade que permita a todos os interessados contactar com as mais recentes investigações no domínio da Demografia

terça-feira, 27 de janeiro de 2015



A 27 de janeiro de 1945, as tropas soviéticas entravam no campo de concentração de Auschwitz - foi há precisamente 70 anos. 
Simbolo máximo do terror do regime Nazi, Auschwitz era o nome de uma rede de campos de concentração localizados no sul da Polónia operados pelo Terceiro Reich nas áreas polacas anexadas pela Alemanha Nazi. 
A partir de 1940, o governo de Adolf Hitler construiu vários campos de concentração e um campo de extermínio nesta área. A razão direta para sua construção foi o fato de que as prisões em massa de judeus, especialmente polacos, por toda a Europa que ia sendo conquistada pelas tropas nazis, excediam em grande número a capacidade das prisões convencionais até então existentes. Por outro lado, este processo desenvolve-se a partir da decisão de avançar na prática para a "solução final" do problema judaico.

Para saberes mais sobre “Auschwitz” aconselhamos a obra de Laurence Rees, “Auschiwtz -  Os Nazis e a solução final” ( Edições D. Quixote).
Aproveita também para veres este filme realizado por um dos soldados soviéticos que libertou este campo (este documentário tem imagens que podem chocar pela sua desumanidade).


domingo, 25 de janeiro de 2015

Liberdade é... 2015

No âmbito das comemorações do aniversário do 25 de Abril ,o Núcleo de Estudos 25 de Abril  e a Taipas Termal, propõem a realização de uma nova edição do concurso “Liberdade é... 2015”.
Continuam a ser os grandes objectivos deste concurso, comemorar Abril  fazendo deste o processo essencial para a liberdade e a democracia portuguesa.
Assim, o concurso “LIBERDADE É… 2015”, destina-se a premiar trabalhos concebidos e elaborados por Escolas/alunos, no âmbito da criação de DESIGN.

Podes descarregar o regulamento e ficha de inscrição, na coluna de novidades neste blogue.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A Municipalização do ensino... seminário

Hoje deixamos a proposta da professora Damiana Sousa (membro do NE25A), para o próximo dia 31 de Janeiro. 
Para mais informações consulta a página do SIPE (aqui)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

"A saga de um combatente na Iª Guerra Mundial"... em Chaves


A todos quantos interesse a temática da participação portuguesa na Iª Guerra Mundial, aconselhamos uma visita a Chaves, no dia 31 de janeiro. O motivo é a apresentação do livro "A saga de um combatente na Iª Guerra Mundial... de Chaves a Copenhaga", do nosso amigo Gil Santos e seu filho, Gil Filipe Santos.
O relato nu e cru de um soldado português do CEP, que na voz de Gil Santos (neto do herói desta história real), emociona todos os participantes.

A não perder!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Livre com um Livro 2015... a 19 de Abril na "Black Box" - Guimarães


      O Núcleo de Estudos 25 de Abril, em colaboração com o serviço educativo do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) e o Teatro do Ferro vai realizar, pelo segundo, a actividade “Livre com um Livro”.
         Esta actividade, inserida no conjunto de propostas/realizações que levamos a cabo para ano lectivo de 2014/15, destina-se, mais uma vez, a dar a conhecer uma parte do trabalho que as Bibliotecas Escolares realizam com as crianças e jovens das diferentes comunidades. Atendendo ao facto de que a temática proposta para este ano pelo Plano Nacional da Leitura para a semana da leitura 2015 (Palavras do Mundo), se enquadra nas perspectivas abertas a 25 de Abril de 1974 quanto à liberdade de conhecer, de saber e de informar e de termos um país “aberto” ao Mundo, o NE25A convidou as Bibliotecas dos Agrupamento de Escolas de Briteiros, Taipas, Arqueólogo Mário Cardoso, Afonso Henriques, Francisco de Holanda, Virgínia Moura e Secundária das Taipas, para connosco falarem e pensarem a Liberdade.
     Este espectáculo público de leituras dramatizadas, escolhidas pela equipa do NE25A e do Serviço Educativo do CCVF, servirá como abertura oficial do programa de comemorações do aniversário do 25 de Abril de 1974, promovidas pelo NE25A.

        Brevemente mais informações sobre as restantes actividades que estamos a preparar. 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A opinião ... "35 anos do SNS"

Sendo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma das grandes conquistas da revolução de Abril, publicamos hoje a opinião de Correia de Campos, sobre este serviço, na altura em que se comemora o 35.º aniversário da sua criação. Brevemente procederemos à publicação de opiniões contrárias ás deste autor.

"De forma larvar começam a aparecer na Saúde as consequências do ajuste orçamental violento a que estamos submetidos desde há três anos e meio. Ainda sem resultados visíveis nos grandes agregados das estatísticas de mortalidade. Nem sequer nas de morbilidade ou de doença, essas mais difíceis de colher. Mas no desempenho dos serviços, ou seja, no funcionamento do SNS, que o Governo proclama defender até à eternidade.
Os mais fundamentalistas adiantam ter sido este Governo a salvá-lo da sua falência, dita técnica. Já conhecíamos o argumento desde os anos oitenta, quando Mrs.Thatcher, soltou o famoso brado “o SNS não está em risco, está a salvo, connosco” (the NHS is safe with us). Depois, foi o que se viu.
Sempre morreram pessoas nas urgências, antes, depois e durante a assistência. Por tal razão me bati para separar verdadeiros serviços de urgência de meras salas onde médico, enfermeira e administrativo faziam de contas que garantiam um atendimento de qualidade impossível. O primeiro requisito são recursos humanos de assistência directa, sobretudo médicos e enfermeiros. Quando estes escasseiam ou são comprimidos, ou mesmo suprimidos, a deriva de qualidade torna-se perigosa. Em situações de maior procura, normalmente no inverno e no pico do verão, por ausência de alternativa, muitos doentes frágeis afluem onde pensam poder ser rapidamente assistidos. O resultado traduz-se em esperas inomináveis, mesmo depois de uma triagem perfeita que separe a procura por graus de risco.
Segundo noticiam os jornais, sem contradita do ministério, teriam ocorrido mortes após várias horas de espera para observação e tratamento, em São José, no Hospital de Setúbal, no de Santa Maria da Feira e no de Peniche. Locais onde sempre houve boas condições de assistência urgente integral (com a eventual excepção de Peniche, por razões que ocuparam os jornais nos finais de 2007). O que terá feito a diferença, agora? Que factor causal pode ter influenciado estes desfechos? Quando os familiares referem a não assistência, não é suposto conhecerem as escalas de médicos e enfermeiros. Mas quando, em algumas grandes urgências, apenas teria sido possível escalar 5 ou 6 médicos, aí a preocupação aumenta. Passou-se do “oitenta para o oito”. Bem recordo o abuso de nomeações de escalas nos maiores hospitais do País, colocando entre 90 e 105 médicos, em serviço de urgência de porta e interna. Razões remuneratórias e não clínicas. Vencimentos baixos para a qualidade da função, os gestores abriam o recurso a horas extra na urgência para compensar e manter motivado o profissional. Claro que entre a motivação eficiente e o abuso do laxismo a fronteira seria sempre difícil. Tudo isso custava muito dinheiro ao País. Com a Troika vieram medidas austeritárias, mas não reformadoras. Em vez de se reorganizar o trabalho e a retribuição de médicos e enfermeiros em termos decentes, para o que havia espaço político, o Governo preferiu um quick winner: cortar nas escalas, reduzir vencimentos e limitar o valor a pagar por horas extra. Em vez de se interessarem pelas urgências, os profissionais passaram a delas fugir. A solução fácil, mais uma vez, foi recrutar médicos sem ligação ao hospital, de empresas constituídas para fornecer esta mão-de-obra qualificada. Como os encargos rapidamente espiralavam, o ministério anterior fixou um tecto financeiro para pagar a tais profissionais. Chegada a crise, sem outro recurso que as leis do mercado protegido que criou, não restou ao Estado outra solução que não fosse entrar no jogo escatológico de subir o tecto. Lá se foi, de vez, a aprendizagem das urgências para médicos da casa, as reuniões de equipa para encaminhamento de casos no final do turno e o acompanhamento personalizado, intra-muros, por quem havia assistido em primeira mão.
Entrámos, assim, em círculo vicioso: não podem deixar de ser contratados médicos ao exterior para acolher uma procura exigente e crescente, agravada por razões sazonais. Não se pode deter essa procura, a montante, por se ter parado na criação de unidades de saúde familiares (USF) e de cuidados continuados (CCI), devido a escassez de recursos para pequenas obras, equipamento e co-financiamentos a instituições promotoras. Qualquer dessas alternativas é mais eficiente no curto e no médio prazo que a porta aberta a tudo e a todos, apesar dos 20 euros de taxa moderadora cobrada, até judicialmente, aos não isentos, com rendimento superior a 628 euros. Não admira que uns e outros, doentes e pessoal, fujam para o privado. Os doentes, que a si se considerem sem gravidade, preferem gastar os 20 euros no conforto da consulta rápida de um hospital privado, onde provavelmente serão assistidos por um médico de família que bem gostaria de integrar uma USF, mas não o pode fazer por o crescimento destas estar em hibernação. Médicos com mais de 55 anos preferem aguardar a reforma, ao desconforto de uma noite agitada num grande hospital. Os mais novos são atraídos por hospitais privados, onde já existem equipas de qualidade, reuniões clínicas e sobretudo retribuição decente. Os enfermeiros emigrarão para a Bélgica ou para o Reino Unido, onde a sua excelente formação é devidamente recompensada. Neste jogo de desencontros todos perdemos, sobretudo os que não têm os 20 euros. Assim se comemora o 35º aniversário do SNS."

Fonte: Jornal "Publico"

sábado, 10 de janeiro de 2015

“Era uma vez... Ciência para quem gosta de histórias”

O Instituto de Design de Guimarães, com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães e da Universidade do Minho, promove a exposição da Ciência Viva “Era uma vez... Ciência para quem gosta de histórias”, cuja mostra abre ao público na próxima segunda-feira, 12 de janeiro, pelas 11 horas.

Esta é uma exposição interativa de ciência e tecnologia que parte do imaginário mágico dos contos tradicionais para explorar fenómenos e conceitos das ciências naturais, como a Física, a Química, a Matemática, a Geologia e a Biologia, relacionando-os com o mundo real.


A mostra centra-se em dez histórias que são verdadeiros clássicos: “Os Três Porquinhos”, “Alice no País das Maravilhas”, “O Capuchinho Vermelho”, “Branca de Neve e os Sete Anões”, “As Aventuras de Pinóquio”, “A Gata Borralheira”, “João e o Pé de Feijão”, “Hansel e Gretel”, “Ali Babá e os 40 Ladrões” e “A Princesa e a Ervilha”.
“Era uma vez... Ciência para quem gosta de histórias” foi inteiramente produzida pelo Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva, com a colaboração científica do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, do Instituto de Telecomunicações (Instituto Superior Técnico), do Instituto de Sistemas e Robótica (IST), do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Universidade do Porto), do Porto Interactive Center (UP) e do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

Para saberes mais, consulta a página do IDEGUI ( coluna dos favoritos).

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Aconselhamos... "Ciclo de Histórias do Jazz..."


Para saberes mais, segue o "link" do Centro Cultural Vila Flor ( coluna dos Favoritos)

sábado, 3 de janeiro de 2015

"1974 - O Ano Que Começou em Abril"... Leituras em dia

Iniciamos este novo ano de 2015 com o livro “1974 - O Ano Que Começou em Abril”. Da autoria de António Luís Marinho e Mário Carneiro, num edição da “Temas e Debates”, “1974 - O Ano Que Começou em Abril” é uma obra que nos transporta para o ano da Revolução.
Com base nas noticias publicadas no Diário de Noticias e na revista de  referência Flama, os autores mostram-nos as diferentes realidades de 1974, as certezas de um regime que já não as tinha e as promessas do novo regime. 
De referir algumas das caixas mais curiosas do D.N, desde as duas primeiras páginas deste jornal para o dia 25 de Abril de 1974, passando pelo pedido de adesão do PPD de Sá Carneiro à  Internacional Socialista, ou o anuncio publicado de pedido de emprego de um politico desempregado ( com o 7.º ano), de tudo um pouco encontramos de forma a possuirmos uma “fotografia” mais aproximada da realidade desse ano da Revolução.

A equipa do NE25A deseja a todos, um excelente 2015!