quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Angola... 35 anos depois.




No dia 10 de Novembro de 1975, o Alto Comissário e Governador-Geral de Angola, almirante Leonel Cardoso, em nome do Governo Português, proclamou a independência de Angola, transferindo a soberania de Portugal, não para um determinado movimento político mas sim para o “Povo Angolano”, de forma efectiva a partir de 11 de Novembro de 1975.
Foi assim que Portugal, após quase 500 anos de presença, durante os quais se foram cimentando amizades e caldeando culturas, com ingredientes que nada poderá destruir, entregou o território aos Angolanos.
O controlo de Angola estava dividido pelos três maiores grupos nacionalistas: o MPLA, a UNITA e a FNLA, pelo que a independência foi proclamada unilateralmente, pelos três movimentos.
O MPLA que controlava a capital, Luanda, proclamou a Independência da República Popular de Angola às 23:00 horas do dia 11 de Novembro de 1975, pela voz de Agostinho Neto dizendo, "diante de África e do mundo proclamo a Independência de Angola”, culminando assim o périplo independentista, iniciado no dia 4 de Fevereiro de 1961, com a luta de libertação nacional, estabelecendo o governo em Luanda com a Presidência entregue ao líder do movimento.
Holden Roberto, líder da FNLA, proclamava a Independência da República Popular e Democrática de Angola à meia-noite do dia 11 de Novembro, no Ambriz.
Nesse mesmo dia, a independência foi também proclamada em Nova Lisboa (Huambo), por Jonas Savimbi, líder da UNITA.

A independência de Angola é, ainda hoje em dia, motivo para várias teses explicativas e formulações históricas de sentido diverso. No âmbito dos “3 Ds”, a Descolonização dos chamados “territórios ultramarinos”, foi um dos processos mais dolorosos e marcantes da nossa história recente e marca de forma profunda a Revolução dos Cravos. Após as negociações encetadas entre o governo português e os movimentos nacionalistas das várias possessões portuguesas ( conforme constava do programa do MFA), as ex-colónias adquirem a sua independência. Infelizmente em casos como os de Angola e Moçambique, de forma pouco pacífica com o estalar de guerras civis entre os movimentos nacionalistas, mas também sem esquecer a angústia de centenas de milhares de refugiados portugueses ( conhecidos na altura por Retornados), que voltaram para Portugal, em situações bastante dramáticas ( de acordo com o Comissariado para os Desalojados criado na altura, retornaram cerca de 800.000 portugueses).
Para saberes mais, consulta os documentos disponíveis no Centro de Documentação 25 de Abril ( link no blogue)

0 comentários:

Enviar um comentário